Nada de gripe suína por aqui. Estava sem postar porque o trabalho estava tomando mais tempo, neurônios e energia do que o normal.
Sem mais ladainhas, vamos ao que interessa:
No último post de processo de teste falei sobre Análise e Projeto de testes. Agora é a vez de Implementação e Execução.
A referência é a mesma: Advanced Software Testing Vol.1 – Rex Black
Implementação e Execução
Passadas as fases de Análise e Projeto, tudo o que falta para que possamos executar o teste encontra-se agora na fase de Implementação. E o que falta? :) Se quisermos estruturar nossos testes em roteiros ao invés de depender do conhecimento do testador do sistema, nessa fase vamos organizá-los em procedimentos de teste, ou seja, documentar todos os detalhes que restam para a execução do teste. O nível de detalhes depende sempre da estratégia de teste adotada.
Para a execução dos testes, também é necessário que estejam bem resolvidas as dependências de dados e ambiente e pode ser que nesse ponto seja necessário utilizar ferramentas para produzir dados em massa.
Precisamos também definir o cronograma de execução e responder perguntas como: Quem vai testar? Em que ordem? Quais são os ambientes necessários?
É importante procurar assegurar ao máximo que as áreas mais importantes/críticas do sistema serão testadas primeiro.
E claro, para a execução dos testes, é necessário que o critério de entrada dessa fase tenha sido atendido.
Test Procedure Readiness
A pergunta que guia essa seção é: Os roteiros de teste estão prontos para serem rodados?
Deve ser determinada uma seqüência clara (e obviamente lógica) de execução dos testes, que engloba a definição de quem vai rodar o quê, quando, com que dados, em que ambiente, em que ordem. Note que “em que ordem” pode não ser uma decisão obvia técnica. Pode ser uma boa idéia pedir auxílio de stakeholders pra entender qual a ordem ideal de execução dos testes.
Se utilizados testes automatizados, devemos organizar a participação deles nesse roteiro. O ideal seria um ambiente separado para os testes automatizados para evitar corrupção de dados que acabam por afetar os resultados não só dos testes automatizados, mas também dos testes manuais, se rodados no mesmo ambiente.
Teoricamente os test scripts e o test harness são construídos na fase de Implementação. Porque “na teoria”? Porque o test harness deveria estar pronto semanas ou mesmo antes de você começar a automatizar seus testes, mas vamos, a título de ISTQB, considerar que são construídos nessa fase.
Também nessa fase trabalhamos as dependências dos testes. Duas bem fortes são: ambiente e dados. Alguns podem agora soltar um “não diz!”. Quem nunca passou por esses problemas? Em uma empresa que trabalhei isso era um suplício e essas eram as maiores causas de desperdício de recursos.
Test Environment Readiness
Se eu rodar meus testes em um ambiente mal configurado, o que acontece? Eu vou ter que rodá-los novamente. Esses resultados não poderão ser ditos confiáveis. Vão gerar “falsos positivos”.
Falsos positivos são testes que passaram, mas deveriam ter falhado, assim como falsos negativos são testes que falharam, mas deveriam ter passado.
Os dois problemas podem acontecer por problemas no ambiente, o que vai aumentar o número de rejeições de defeitos, e gerar uma grande perda de tempo para testadores, desenvolvedores e gerentes.
Um ambiente bem configurado permite que rodemos nossos testes dentro das condições previstas. É um ambiente que opera normalmente quando não há falhas (não gera falsos positivos). Para testes de sistema e testes de integração de sistemas, um ambiente bem configurado deve replicar o ambiente de produção. Defeitos reais de performance, em especial, são difíceis de achar se não forem fornecidas essas condições.
Para ambientes complexos, é comum ter uma pessoa dedicada à manutenção desses ambientes.
É importante também checar todas as ferramentas para gerência de configuração, report de testes, gerenciamento de incidentes, o próprio gerenciamento de testes, etc.
Combinação de estratégias de teste
Geralmente é uma boa idéia usar uma combinação de estratégias de teste para balancear a abordagem, por exemplo, planejando uma porção de estratégias dinâmicas com estratégias risk-based.
É importante, entretanto, que essa porção reativa esteja bem controlada. Os testes não podem ser ad-hoc. E também esses testes têm pouca previsibilidade de duração e cobertura. Sobre esse último ponto, pode-se aplicar uma técnica de gerenciamento de testes chamada session-based, e para estruturar melhor esses testes, aplicam-se técnicas como attacks, error guessing, e exploratory testing.
E porque isso? Testes baseados em experiência tendem a ser responsáveis pela descoberta de 5 a 10 vezes mais bugs que as técnicas scripted. Mesmo sendo de difícil previsibilidade e necessitando de um testador expert, pode ser uma técnica complementar que vá agregar valor à sua estratégia.
Para cada decisão em relação a técnicas e estratégias adotadas, pergunte-se sempre que valor agregará a sua adoção e que contras ela trará? Balanceie e tire dessa reflexão a sua decisão.
(Continua aqui)
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